segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O PAPEL DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E SUAS VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA A INDÚSTRIA

Essa produção é decorrente da solicitação do Instrutor Júlio César Cabral da Silva, para que eu respondesse ao Questionário de Coleta de Dados, em 16/11/2016, com vistas a subsidiar o seu TCC de Especialização em "Gestão de Processos Industriais".

Por Raimundo Flor Monteiro


Problematizações:
1) Na sua opinião qual o papel da educação profissional na gestão das empresas do setor industrial?
O objetivo da educação profissional[1]é contribuir com as pessoas jovens, adultos e anciões a inserir-se no mercado de trabalho inerente ao setor secundário da economia, ou seja, no mercado de trabalho industrial. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a Educação Profissional é uma modalidade de educação que se articula, se integra e complementa a Educação Básica. A modalidade de educação profissional teve inicio no Brasil em 1909, através do presidente Nilo Peçanha que implementou as políticas públicas em todo Brasil viabilizando-as através das “Escolas de Aprendizes Artífices”, com o objetivo precípuo de formar trabalhadores como “mão de obra técnica preparada” para o então, naquela época, ainda tímido, nascente setor industrial brasileiro.
No aspecto geral o papel da Educação Profissional se insere nos princípios da educação básica que consigna “o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Desse modo, o educando sai do estado inoperante em que se encontra, as margens do processo produtivo, para se inserir-se na economia via mundo do trabalho, através da Educação Básica Articulada, Integrada e/ou concomitante a educação Profissional, no nosso caso especifico, ao mundo das atividades econômicas técnico-produtivas industriais.
Nessa perspectiva, conforme A. Abril - 2015, a indústria é vista como “conjunto de artes e ofícios de produção em que se articulam e se combinam o conhecimento (know how), insumos, capital e trabalho, de modo a produzir mercadorias posteriormente dispostas para a aquisição dos clientes em um segmento de mercado”.
O aluno Alderson S. Monteiro realiza a
atividades praticas do Curso de Técnico 
em Eletroeletrônica 
Assim, as atividades industriais em seu conjunto e respectivas divisões, pertencem ao setor secundário da economia, uma vez que compõe um dos três setores econômicos que contribuem para o cálculo do PIB. Para a consignação de resultados palpáveis e expressivos o setor industrial conta com trabalhadores oriundos dos processos de educação profissional com vistas a garantir a sua funcionalidade, na qual se inclui a gestão da manutenção nos aspectos administrativo e técnico, voltado para otimizar a produção e a produtividade, através da melhoria de seus processos, produtos, serviços e permanente inovação de suas especificidades administrativas e técnicas enquanto garantia de êxito no setor industrial.
Dos ramos das atividades e do enorme campo de abrangência da atuação dos trabalhadores resulta a definição do papel da Educação Profissional nos processos de gestão administrativa e técnica que se dá na indústria extrativa mineral, indústria de transformação, indústria da construção e a área de eletricidade, eletroeletrônica e gás, água, esgoto e limpeza urbana inerente aos setores: alimentos e bebidas, veículos automotores, combustíveis de petróleo e vegetais, produtos químicos, metalurgia, máquinas e equipamentos, extração de minerais metálicos, produtos de plástico e borracha, minerais não metálicos, eletrônicos, informática, dentre outros.
O Supervisor Técnico Raimundo Flor Monteiro realiza as 
atividades de visitas técnicas - Novo Rumos da educação 
Profissional

2) Quais as vantagens e desvantagens (benefícios) de um plano de capacitação técnica para a gestão das empresas do setor industrial?
A sobrevivência de toda e qualquer empresa do setor industrial está diretamente relacionada à sua capacidade de elaborar, sensibilizar e implantar o plano de capacitação de seus trabalhadores.
As vantagens da adoção de um bom Plano de Capacitação Técnica[2]e Tecnológica[3]para uma indústria está em manter sua sobrevivência, a preservação de sua imagem, a melhoria dos processos e produtos e a rentável  manutenção financeira de seus stakesholders.
Alderson S. Monteiro apresenta o
projeto de domótica para o curso
Engenharia de Automação.
(PITÀGORAS)
Um bom Plano de Capacitação Técnica e Tecnológica geralmente é fruto de uma equipe de trabalho com participação direta da gerência e/ou coordenadoria de Gestão de Pessoas (RH). É é importante frisar que a maioria das empresas industriais incorpora nessas equipes de trabalho um pedagogo para estruturar e organizar os currículos e programas de capacitação. Assim, um bom Plano de Capacitação Técnica e Tecnológica deve congrega um conjunto de ações de orientação, capacitação, desenvolvimento e desempenho de pessoas. Esse conjunto de ser coerentemente organizado em eventos de capacitação diversificados que visem à qualificação técnica e tecnológica e consequente aprimoramento profissional. Não obstante, o Plano de Capacitação Técnica e Tecnológica dever transcender os objetivos relacionados a produção e a produtividade, tornando-se mais amplo com vistas a propiciar o fomento necessário a construção de uma excelente qualidade de vida dos trabalhadores, a melhoria dos processos operacionais, e a saúde da empresa no que tange aos processos técnicos de caráter administrativos da indústria, culminando o perfeito equilíbrio do trabalhador em relação as emoções que propiciem os insights necessários a boa coleta dos frutos procedentes da inovação.
As principais desvantagens de um plano de capacitação Técnica e Tecnológica nos casos de tê-lo feito de forma incipiente, ou mesmo na sua ausência e/ou tê-lo e não implementá-lo, é de colocar em risco a sobrevivência e manutenção da própria empresa. Sem um Plano Técnico e Tecnológico de capacitação de seus trabalhadores a empresas não tem como (re)esboçar e/ou recriar seus produtos e inová-los à luz das transformações dos conhecimentos técnicos e tecnológicos que se processam exponencialmente, diariamente, hora após hora, minuto após minuto.
De acordo com a filosofia de Immanuel Kant, “A Metafísica da Moral” (1797), o grande filósofo alemão chamou de imperativo categórico o agir sempre baseado em princípios universais. Contemporaneamente, um desses princípios denominados de imperativo categórico é de qualquer empresa industrial jamais negligenciar o seu Plano de Capacitação Técnica e Tecnológica sob pena de reduzir suas atividades produtivas ou ate mesmo desaparecer (fechar as portas), ou seja, perder espaço no mercado para os seus concorrentes, uma vez que sem capacitação, os trabalhadores reduzem suas competências desatualizando-se em relação ao seu ambiente interno e os ambientes externos onde se mobilizamos concorrentes. Portanto, o conceito de educação continuada e aprender a aprender são diretrizes básicas a serem perseguidas por toda e qualquer empresa industrial materializando-se num Plano de Capacitação Técnica e Tecnológica.

Referencias bibliográficas
Almanaque abril 2015 – Editora abril
SENAI-DN – Centro Modelo de educação Profissional – Brasília 2000
CHAUI, Marilena. Convite a filosofia. Editora Ática. São Paulo 2003
DEUTSCHER, José Arnaldo. Plano de negócio Um guia prático. Editora FGV, Rio de janeiro 2014
LDBEN - Lei de Diretrizes e Nases da Educação Nacional.



[1]Educação profissional – processo que tem por finalidade preparar o homem para o exercício pleno da cidadania e sua qualificação para o trabalho, visando o permanente desenvolvimento das aptidões para a vida produtiva, integrando as diferentes formas de educação, incorporando processos que desenvolvem o raciocínio crítico e criativo e que ocorrem em instituições especializadas e/ou no próprio local de trabalho.
[2]Capacitação Técnica – capacitação voltada para dotar o trabalhador de competências para executar um conjunto das atividades relacionadas com a orientação e solução de problemas técnicos na administração e na produção de bens e serviços.
[3]Capacitação Tecnológica – atividades que abrangem trabalhos de diagnóstico e recomendações no campo da gestão industrial e incluem, também, colaboração e consultoria e empresas em assuntos ligados diretamente ao processo produtivo.
Equipe de Técnico: da esquerda para a direita Júlio César (Instrutor), Josyclayton Rêgo Filho (Instrutor), José Ribamar Bottantuit (Instrutor), Raimundo Flor Monteiro (Coordenador Pedagógico) e Luís Alberto Wine (Gerente escolar).


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