sábado, 30 de janeiro de 2016

FORMAÇÃO DE DOCENTES DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO PROGRAMA DE AÇÕES MÓVEIS - SENAI-MA.

A FORMAÇÃO DOS AEPAMs, AGENTES DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE AÇÕES MÓVEIS PARA O PAM/EP – 2000 - PROGRAMA DE AÇÕES MÓVEIS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL.

RESUMO
Apresentamos neste artigo o programa de capacitação dos AEPAMs - Agentes de Educação Profissional de Ações Móveis, para operacionalizar o PAM/EP - 2000, Programa de Ações Móveis de Educação Profissional – 2000. Após breve introdução e objetivos abordamos as competências essências do profissional. O enfoque teórico aborda o universo e abrangências dos conhecimentos teóricos necessários a transformação de uma dada realidade inalcançável ao braço do poder público. Nesse aspecto, o EAPAM, diante de uma realidade que precisa ser alterada, precisa utilizar estratégias de educação permanente. Para tanto deve contar com recursos e apoio de base do SENAI de caráter Regional e Nacional

INTRODUÇÃO

 A primeira década do novo milênio foi caracterizada por múltiplas transformações de caráter social, tecnológico, econômico e educacional. Foi nessa ambiente, inicio do ano 2000, que o SENAI/DN propôs um programa “voltado para melhorar o atendimento, em educação profissional, às comunidades às micro e pequenas empresas que operavam em locais afastados dos grandes centros”. Esse conjunto de ações foi batizado de Projeto “PAM-EP” – PROGRAMA DE AÇÕES MÓVEIS/ EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, centrado na figura do Agente de Educação Profissional/ AÇÕES MÓVEIS – AEPAM. O AEPAM, depois do formando, caracterizava-se como principal sujeito do processo, uma vez que “era ele quem atuava na linha de frente do processo de transformação das localidades em que viviam as populações menos favorecidas”.
Todavia, esse sujeito histórico, para realizar tal proeza, ou seja, transformar economicamente e socialmente uma comunidade pobre teria que está bem preparado para enfrentar, com coragem e determinação, os desafios que ora se apresentavam. Assim, conforme argumenta o emérito professor maranhense José Manuel de Aguiar Martins – Diretor Geral do SENAI-DN, na época:
Uma das metas previstas pelo projeto é a de contar com AEPAMs capacitados para exercício das “atividades de formação, prestação de serviços e assessoramento técnico/tecnológico às micro e pequenas empresas junto às comunidades. (Martins, p. 04, 2000)

Para alcançar a meta de capacitar os AEPAMs de todos os Departamentos Regionais do SENAI, o SENAI-DN elaborou um documento denominado “CAPACITANDO AGENTES DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL/AÇÕES MÓVEIS”. Com base nessa publicação os “agentes de educação profissional/Ações Móveis – identificaram suas FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS” necessárias a sua integração ao que estava previsto, ou seja, um processo diferenciado, personalizado de Educação Profissional, que iria possibilitar a participação dos AEPAMs em programas de aperfeiçoamento contínuo e permanente exigidos pelo trabalho em localidades remotas de difícil acesso.
Portanto o programa destinava-se a todo o pessoal envolvido no “PAM/EP-2000” nos diferentes Departamentos Regionais do SENAI.
É importante ressaltar o que expressava os objetivos do “PAM/EP-2000” para percebermos a amplitude do desafio que o SENAI assumia naquela oportunidade, conforme o referencial Projeto PAM/EP – 2000 - Projeto Programa de Ações Móveis / Educação profissional  Brasília, 2000
  1. OS OBJETIVOS E PRODUTOS
OBJETIVO GERAL:
Orientar a implantação das ações necessárias para alcançar o nível de competência desejado do AEPAM.
1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Repassar para o AEPAM informações úteis ao desempenho de seu papel, para facilitar o seu trabalho junto a sua clientela.
Servir de referência à implementação de um sistema continuado de educação contínua e permanente com dominância de técnicas de ensino a distancia.
PRODUTO:
Instrumento referencial a ser distribuído ao pessoal comprometido com o “PAM/EP-2000”.
NÍVEL DE COMPETÊNCIA DESEJADO PARA O AEPAM
Para o AEPAM desempenhar-se a contento de sua missão junto às comunidades, definiram-se suas funções básicas, a partir das quais se derivaram os conhecimentos, conteúdos e trações pessoais requeridos, que constitui os elementos básicos para a capacitação, visando atingir o nível de competência desejado.
Em anexo, as matrizes que sintetizam, de forma gráfica, os atributos desejados para o AEPAM, os quais são referencia contínua ao entendimento do papel desse agente.
  1. ENFOQUE TEÓRICO
Apoiado em uma perspectiva de educação permanente, o enfoque teórico foi concebido para fundamentar a desenvolvimento dos AEPAMs.
A educação permanente pressupõe a autoavaliação e o autodesenvolvimento e valoriza a educação personalizada. Isto implica realizar atividades didáticas diversificadas que contribuam para a educação contínua da clientela em etapas progressivas.
A concepção deste enfoque teórico para o projeto foi inspirada em três constatações básicas:
        O tempo rigidamente estabelecido para a capacitação de pessoal por meio de cursos formalmente estruturados;
        Pouca disponibilidade de tempo para o EAPAM frequentar tais cursos;
        A necessidade de constante atualização das informações, devido as mutações aceleradas da Ciência e da Tecnologia;
E nesse sentido que a educação permanente se insere na capacitação do AEPAM, cuja responsabilidade maior é a de provocar mudanças e influir sobre estas, valorizando cada vez mais o empenho pessoal para esse fim, no contexto do ensino para competências.
3.          ESTRATÉGIAS DE CAPACITAÇÃO PERMANENTE
A expressão estratégias educacionais significa a integração de três componentes:
        1.Procedimentos pedagógicos;
2.Eventos;
3. meios didáticos de apoio;
4.1. Procedimentos pedagógicos;
Conceberam-se duas linhas básicas de atividades para a capacitação dos AEPAMs.
4.1.1 Atividades de Autodesenvolvimento
São aquelas que supõem o estudo dos conteúdos apresentados nas matrizes analíticas e sintéticas (ver documento “Agente de educação profissional /Ações móveis – Funções e competências), estruturados em uma concepção modular, permitindo, assim, entradas e saídas múltiplas no sistema. Para isso, o AEPAM será apoiado por vários meios didáticos de apoio, inclusive eletrônicos, que sustentam o processo de educação a distância.
4.1.2 Atividades de heterodesenvolvimento
Consiste no aproveitamento de atividades como cursos, seminários, encontros, reunião de grupos de trabalho que versem sobre os temas estudados no autodesenvolvimento ou, ainda, sobre outros não abordados por essa estratégia.
A realização dessas atividades deverá levar em conta os seguintes aspectos:
        Aplicação e reforço da aprendizagem adquirida na fase de autodesenvolvimento;
        Complementação de conhecimentos anteriores e apropriação de novos conhecimentos a partir das atividades anteriormente citadas;
        Reflexão sobre as atividades típicas dos AEPAMs, buscando novas formas de atuação de outros conhecimentos.
4.2. Eventos
Constitue o principal componente estratégico para levar a cabo a participação contínua e permanente dos AEPAMs. São atividades presenciais as mais variadas, do tipo painéis, encontros, seminários, reuniões, que visam a consolidar, avaliar e enriquecer os conhecimentos adquiridos no autodesenvolvimento.
        Durante o processo de capacitação devem ser abertos espaços para a conquista de aprendizagens de outras índoles, à base da experiência e criatividade de cada um, constituindo um conteúdo derivado, que extrapola o conteúdo – núcleo.
Os eventos devem ser realizados com ênfase no uso da dinâmica de grupos, que desperta maior interesse da clientela para o processo de educação contínua e permanente, além de permitir o desenvolvimento de qualidades atitudinais indispensáveis ao desempenho dos AEPAMs.
4.3 Meios didático de apoio
São veículos de comunicação didática que facilitam o processo educativo, isto é, o trabalho do docente do AEPAM.
        Conforme previsto no PAM/EP-2000, um desses veículos é o CD-rom, do qual o agente poderá extrair os elementos técnicos e tecnológicos necessários à seleção e elaboração dos meios didáticos para o desenvolvimento das atividades formativas, considerando as características da clientela, as condições ambientais, os conteúdos programáticos, o métodos escolhido e os objetivos a serem atingidos.
        Os meios didáticos de apoio podem ser classificados nas seguintes categorias:
  • Materiais escritos – publicações
  • Manuais
  • Fascículos modulados
  • Folhas soltas
Auxílios ídeovisuais e audiovisuais
  • Películas
  • Slides
  • Transparências;
  • Flip-chart;
  • Videoteipes;
  • Fitas cassete.
Conjuntos didáticos
  • Kit’s didáticos
  • Símiles (simuladores, conjunto em “corte”)
Softwares educativos
  • Computadores
  • Disquete
  • CD-Rom
Para operacionalizar o processo de desenvolvimento do AEPAM, é imprescindível a criação, implementação e manutenção de um grupo de Gestores para o Apoio Tecnológico e Pedagógico ao AEPAM, em cada Estado, com o objetivo de lhe dar sustentação à capacitação contínua e permanente, ajudando-o no seu auto desenvolvimento.
Os gestores tem uma função de orientação e ajuda ao AEPAM, inserida nas demais atividades das instituições, não se limitando apenas ao apoio pedagógico, mas também ao apoio no domínio técnico e tecnológico, na prestação de serviços e no trabalho com a comunidade.
  1. ESTRUTURA DE APOIO
Para que a capacitação permanente dos AEPAMs se verifique, é necessário que sejam previstos recursos financeiros, materiais e humanos.
O arranjo de tais recursos constitui a estrutura de apoio necessária à operacionalização das atividades previstas. A estrutura pode ser assim desenhada:
        Coordenador do PAM/EP – 2000, responsável geral pelas atividades gerais do projeto;
Instituições Estaduais envolvidas – responsáveis pela coordenação e apoio ao processo de desenvolvimento contínuo e permanente dos AEPAMs;
Grupo de apoio técnico e pedagógico ao AEPAM, criados nos estados;
AEPAM responsável pela identificação de suas necessidades de desenvolvimento e pela busca de meios e condições que facilitem seu processo de auto e heterodesenvolvimento;
Grupo de apoio nacional – corresponsável pela sustentação técnica e pedagógica da capacitação permanente dos AEPAMs e apoio aos estados na operacionalização do PAM/EM – 2000.
5. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
Para que a capacitação do AEPAM se desenvolva a contento, é de suma importância acompanhar e avaliar, em forma contínua e permanente, as atividades planejadas, de conformidade com os objetivos perseguidos pelo PAM/EP – 2000.
O acompanhamento dessas atividades deve ser feito diretamente por meio de observação com o propósito e constatações presenciais do desempenho do AEPAM e/ou efeito indiretamente mediante aplicação de instrumentos apropriados.
A responsabilidade desse trabalho cabe a coordenação  do “PAM/EP – 2000”, que contará com a participação do grupo de gestores, com a infraestrutura   do DR a com o assessoramento do grupo de apoio do DN.
A avaliação deverá se realizar durante todo o processo considerando os objetivos definidos pelo PAM/EP – 2000 e as condições reais encontradas pelo AEPAM, nas localidades, durante o seu desempenho.
Dentro do enfoque deste projeto descarta-se a avaliação tradicional, escolarizada e formal.
Parte-se do princípio de que o AEPAM, enquanto profissional, deve ser o primeiro interessado em avaliar e também ser avaliado constantemente para poder enriquecer seu universo de conhecimentos.
É por essa razão que se prever, a além da autoavaliação, a avaliação em atividade de heterodesenvolvimento, bem como a avaliação, por terceiros, do seu desempenho profissional.
Configura-se assim, a avaliação permanente das atividades, concebidas no contexto da educação permanente, em que se abrem espaços para o AEPAM ser avaliado continuamente:
  • Por ele mesmo;
  • Pela coordenação local do PAM/EP-2000;
  • Pelo grupo de gestores.
A avaliação deverá incidir sobre a evolução do participante, sobre o processo didático e sobre as estratégias utilizadas que preveem as atividades de auto e heterodesenvolvimento.

Referencias:
SENAI-DN. Capacitando agente de educação profissional/Ações Móveis; Projeto PAM/EP – 2000. Projeto Programa de Ações Móveis / Educação profissional  Brasília, 2000



ANEXO 1 - MATRIZ SINTÉTICA 1



CONHECIMENTO





1. Exercer atividades educacionais voltadas para o trabalho
2. Elaborar ou participar da elaboração dos meios didáticos de apoio
3. Negociar com representantes das comunidades as condições requeridas para cumprir sua missão.
4. Proceder aos ajustes necessários nos conteúdos programáticos em função das demandas e expetativas locais.
5. Ajudar as pessoas das comunidades a montarem suas próprias oficinas de trabalho autônoma, em forma individual cooperativa
6. Prestar assessoramento técnico no seu domínio específico de competência às micro e pequenas empresas.
7. Utilizar instrumentos de avaliação de programas, inclusive de impacto.
Educação profissional
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CNI/SENAI
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Identificação da clientela
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Métodos educacionais
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Avaliação do ensino
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Montagem de oficinas didáticas
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Planejar ações de capacitação
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Prática ações/capacitação
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Meios didático de apoio
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Informática para usuário
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Identificação da real reg. e local

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Dinâmica de grupo
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Identificação das necessidades da clientela
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Tecnologia da ocupação
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Prática de oficina
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Administração do trabalho autônomo
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Manutenção de equipamento
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Técnicas de elaboração de relatório
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Avaliação de programas






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Traços pessoais
Autocontrole; capacidade crítica; capacidade de negociar; capacidade de trabalho em equipe; criatividade; ética profissional; iniciativa; organização; zelo; percepção; pro-açao; respeito; responsabilidade; senso de economia ; sociabilidade.
Equipe técnica: alcides de Alcântara/ Antônio Pedro de Souza Campos/Ezequiel Pinto Monteiro Filho/ Ney Medeiros


 Raimundo Flor Monteiro
Mestre em E

ducação
SENAI-MA