sábado, 23 de janeiro de 2016

RESUMO: ENSINO MÉDIO INTEGRADO: CONCEPÇÕES E CONTRADIÇÕES

RESUMO DA OBRA:
FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria; RAMOS, Marise. Ensino médio integrado: concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2005.

Professor Gaudêncio Frigotto
Alguns pontos que retirados da leitura da obra acima.
Frigotto (2005) afirma que o renomado economista brasileiro Celso Furtado (1982), é o autor da tese de análise sobre a formação econômico-social brasileira. Ele construiu os fundamentos da "teoria da dependência", uma radiografia das forças sociais que disputam o tipo de desenvolvimento do Brasil no século XX. Segue as principais opções pautadas por Furtado sobre o “projeto de sociedade brasileira”: a) uma sociedade onde se produz dignamente sua existência; b) projeto que aprofunda sua independência aos interesses dos centros hegemônicos do capital mundial,  que o modelo brasileiro prioriza um capitalismo modernizador e dependente no passado e no presente.
Florestan Fernandes e Francisco de Oliveira (2003) evidenciaram que os traços da formação estrutural de reprodução das relações políticas, econômicas e culturais da sociedade brasileira. Há uma relação dialética entre o arcaico, o atraso, o tradicional, o subdesenvolvido, o moderno e o desenvolvido na nossa formação capitalista. As crises conjunturais da classe dominante são superadas em processo de rearticulação do poder da classe dominante numa estratégia de conciliação de interesses entre arcaico e o moderno.
Francisco de Oliveira (2003), a imbricação do atraso, do tradicional e do arcaico com o moderno e o desenvolvido, potencializa a formação de sociedade capitalista dependente e nossa inserção subalterna na divisão internacional do trabalho. O núcleo integrado ao capitalismo orgânico mundial tem sustentáculo nos setores atrasados, improdutivos e informal. Os setores modernos integrados da economia capitalista (interna e externa) alimentam-se e crescem apoiados em uma simbiose com setores atrasados.
Professora Maria Ciavatta
        1) A escola é produzida dentro das relações sociais no interior do projeto capitalista de sociedade; 
       2) O reino estrutural da desigualdade educacional que se reitera entre nós;
   3) Os autores clássicos afirmam que a sociedade brasileira apresenta um tecido opaco nas relações de poder e de propriedade, movendo-se em conjunturas específicas, cujo núcleo excludente, subalterno e violento se mantém.
       A revolução passiva produz mudanças conforme os interesses da classe dominante no âmbito político, econômico, social e cultural e educacional, mantendo a estrutura de poder e privilégios produzindo a indigência, a miséria e a violência social.
       Caio Prado Jr. (1996) enumera três (03) elementos de luta a ser construído em nossa formação histórica de sociedade:
       1o - Romper com a colonização intelectual; 2o- Pensar o desenvolvimento a partir de nossa realidade; 3o- Aplicar o método histórico dialético a partir dos nossos problemas, em relação a: 1º) a posição dominante do capital internacional e 2º)  desequilíbrio de forças entre capital e trabalho.
       4. O desenvolvimento histórico do capitalismo brasileiro se revela como uma sociedade que mantém uma estrutura desigual mediante processos políticos de revolução passiva e transformismo (regressão); as relações de poder e classe no Brasil permitiram a parcial e precária a vigência do modo de regulação fordista no plano social e tecnológico;
        A atual mudança científico-técnica digital molecular imprime velocidade a competição e a obsolescência dos conhecimentos, torna nossa tradição de dependência mais inútil.
   A desigualdade educacional vem de nossa formação histórica de modernização conservadora de independência e dependência ao capital, de democracia restrita, de processos de revolução passiva e de transformismo.
      Para Antonio Cândido (1984), o movimento de 1930 permitiu a extensão das reformas liberais, as reformas de educação não geraram mudanças estruturais na sociedade, de maneira a torná-la acessível a todos e as condições de igualitarização das oportunidades.
Professora Marise Ramos
De 1930 a 2013 ocorreram duas ditaduras de 32 anos. Foi a forma como poder econômico manteve a modernização conservadora com uma estrutura social mais desigual do mundo.
As ditaduras, os movimentos sociais, as forças políticas e sindicais (classe trabalhadora), os setores da classe média movem-se na busca de construir um projeto nacional popular de desenvolvimento pautado nas reformas estruturais de bases (superação do capitalismo para a construção de uma sociedade socialista).
       Na constituinte de 1988 confrontou se o PNP X Projeto neoliberal X Projeto nacional conservador e populista, tendo o texto da constituição federal no capítulo da ordem social e econômica resultado num empate na disputa destes projetos.
  Fernando Collor de Mello representou a  radicalização da modernização conservadora. FHC (1990) profunda regressão mediante as políticas de reforma do estado para ajustar economia e ao processo de desregulamentação, flexibilização e privatização- processo de subordinação ao capital.
        Reformas regressivas da educação: 
       LDBEN, Decreto nº 2.208/97 estabelece o dualismo ao assumir o ideário pedagógico do capital e do mercado através da pedagogia das competências reafirmado com base nas diretrizes curriculares nacionais e nos parâmetros curriculares nacionais. LIS - continuidade do projeto neoliberal, continuidade da política econômica monetarista centrada no ajuste fiscal e reedição das políticas no campo social e educacional.
           Ensino médio unitário versos politécnico é uma proposta de processo educativo emancipatório. Revogação do Decreto 2.208/97 e a aprovação do Decreto 5154/2004: 1º) Luta pelo ensino médio dentro de uma concepção de escola unitária da educação politécnica; 2º) e Educação básica de nível médio, como direito social e universal.
         Travessia: ensino médio pleno x ensino técnico x tecnológico com o sistema produtivo. Ciavatta o trabalho como princípio educativo busca superar a dicotomia entre trabalho manual de trabalho intelectual, os formandos são capazes de dirigir e atuar como cidadãos.

RAIMUNDO FLOR MONTEIRO

MESTRANDO EM EDUCAÇÃO - UFMA 2011 a 2013.

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