domingo, 15 de novembro de 2015

O SERTÃO DO CEARÁ, PIAUÍ E MARANHÃO EM BRASA (Fotos)




De São Luís-MA a Fortaleza-CE e de Fortaleza-CE a São Luís-MA passando pelo Piauí.

Por Raimundo Flor Monteiro.
            
            Confirme-se a tese de Florestan Fernandes, "para as elites é o povo brasileiro pobre que atrapalha o desenvolvimento do Brasil".

          Vidas Secas! O sertão do Ceará, Piauí e Maranhão em Brasa em meio à estiagem que assola os nordestinos. A penúria do sertanejo continua a mesma, pude constatar. Fui e voltei a Fortaleza para o IV Encontro Internacional Trabalho e Perspectiva da Formação dos Trabalhadores, com o tema “Ensino Médio e Educação Profissional em Questão”, no período de 10, 11 e 12 de Novembro de 2015. No dia 13/11/2015 voltei de Fortaleza a São Luís de ônibus. Um viagem longa passei pelo Municípios do Ceará: Catuana, Croatá, São Luís do Carú, Umirim, Itapagé, Iraçatuba, Forquilha, Sobral, (Rio Acaraú), Tianguá. Esses municípios estão queimados pela ampla e total falta de chuvas, secura total.
        
        No Estado do Piauí não é diferente pude constar no Piauí os municípios de Piripiri, Campo Maior, e a própria capital Teresina estão visivelmente abalados pela estiagem. Em relação ao Ceará o Piauí esta seco, porém um pouco mais úmido, se enxerga ainda um pouco do verde que aos poucos vai se igualando em campos e imensidão seca. 

         No Maranhão os município de Timon, Caxias, Bem feito, Nova, Peritoró, Livramento, São Mateus, Miranda do Norte, Entrocamento, Santa Rita, Bacabeira ainda há pouco indícios de secura. Porém a ausência de chuvas na região se faz notar uma breve saída do verde para o cinza. Esse estágio de estação deve deixar as autoridades públicas de prontidão. No Ceará muitos municípios já decretaram estado de alerta geral. 
       Os pontos críticos gerados pelas terríveis da falta chuva abala o modo de sobrevivência desses povos do sertão. Desse Modo, todos eles, em meio a sequidão preparam o solo mas as chuvas não vem. Sem recurso tecnológico a única alternativa é realizar queimadas, estas, por sua vez, ganham proporções indefinidas, pois dado o estado de aridez o fogo se alastra queimando verdadeiras imensidões de florestas. Mas o pior é mesmo não poder realizar a velha e tão criticada pelas elites, a famosa agricultura de subsistência, que historicamente persiste como única alternativa viável para a sobrevivência do nordestino. O arroz, a mandioca, o feijão e o milho, produtos básicos que estão na base da cadeia alimentar desse povo não podem ser por eles produzidos. Sem poder se sustentar, fracos e oprimidos pela ampla e permanente ausência do pode público municipal, estadual e federal os nordestinos e suas famílias agonizam desnutridos, desinformados e atônitos em meio a intempéries.

(Música) "Ó Deus...
Desculpe eu pedir a toda hora
Pra chegar o inverno.
Desculpe eu pedir para acabar com inferno
que sempre queimou o meu Ceará".
(Gordurinha)

Pude retratar essa realidade sob a lente de meu celular. Um Celular Blu de 2,5 mega piche de potencia. Uma câmera ruim, todavia, o que vale  é a conscientização do povo, uma vez que, como dizia FREIRE, (1979, p. 40).Ninguém luta contra as forças que não compreende, e a realidade não pode ser modificada senão quando o homem descobre que é modificável e que ele pode fazê-lo, antes de tudo, provocando uma atitude crítica, de reflexão, que comprometa a ação. É preciso, portanto, fazer dessa conscientização o primeiro objetivo de toda educação libertadora. 
A visão Freireana está muito clara, o povo possui um conhecimento baseado na cultura de senso comum, que vai se iniciar, conceitos, sentimentos e significados que lhe oprimem e restringem suas perspectivas. Essa percepção da realidade, em muitos casos, não são sentidos como “sentimentos opressores” e podem ser os mais diversos, como os de separação de classe, de (in)competência, de (não)inteligência, (a)políticos, de certo e errado, etc.
Retratar essa realidade é ter esperança que nosso povo possa incluir e cobrar uma ação real dos políticos que mude essa situação, quanto a prover o povo dos bens necessários. Até porque é esse povo responsável pelo trabalho e a renda, pagando em dia os impostos necessários a manutenção de um Estado inerte que não dá retorno ao povo do que recolheu.
Fotos
























































Produção: Raimundo Flor Monteiro
Em 15 de ourubro de 2015





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