EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NA PERSPECTIVA DO NOVO GOVERNO.
Por Raimundo
Flor Monteiro – Mestre em Educação.
A Educação Profissional e Tecnológica é um fenômeno que permeia o tecido
social. Desse modo, o atual contexto social, político e econômico delineiam um
quadro favorável ou desfavorável ao pleno exercício das políticas publicas de
Educação Profissional e Tecnológica. Dentro desse quadro o que pode acontecer nos
próximos anos uma vez que ante aos apupos de 51,4 milhões de brasileiro o
governo se reelegeu com 54,5 milhões?

Estamos diante de um cenário real preocupante uma vez que os juros, a
inflação, a dívida publica estão mais altos do que há 04 anos, os investimentos
estão baixos e a economia cresce pouco. Menos investimentos das empresas
industriais, tem como consequência menor geração de emprego, por sua vez menor
necessidade de trabalhadores com formação profissional.
Para manter a performance de geração de emprego especula-se que o Tesouro
Nacional vai emprestar mais de 20 bilhões de reais para o BNDES para
financiar empresas a juros mais baixos e
até Graça Foster, na Petrobras, seja substituída por Jaques Wagner.
No afã da comemoração a presidente colidiu com bandeiras contrárias do
parlamento brasileiro ao propor um plebiscito para viabilizar a reforma
política. A forte personalidade da presidente lhe demanda mais habilidade em
comunicar-se no trato com o Congresso Nacional, aprimorando seu traquejo
político. Conforme Carlos Pereira da (FGV) é preciso que a presidente
considere três variáveis necessárias a sua mobilidade política, como segue: a)
o tamanho da base aliada; b) o grau de divergência ideológica dos partidos; c) a
forma como os partidos se comportam no governo. Qualidade
que não faltou a presidente ao negociar com o congresso a implantação do
programa PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego que
foi criado pelo Governo Federal, em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de
cursos de educação profissional e tecnológica.
As dificuldades do governo, analisa Pereira (FGV), é em função da representatividade
do governo do PT, PMDB e PC do B e PDT (direita) e PP e PR (direita), os dois
últimos representam a diversidade ideológica. O PT com 26% da base aliada que
ocupou 45% das vagas no governo; o PMDB obteve 23% da base parlamentar e só 17%
dos cargos do executivo. Consequências: em 72% das votações do congresso o PT
votou a favor do governo e o MPDB em 55% - Dilma, desde FHC, é a presidente com
menor apoio do Congresso Nacional. O grupo de apoio a Dilma criou mais
obstáculos que consensos em torno das suas propostas.
Qual é o panorama de crise? A Revista Exame, junto a uma consultoria de
gestão, com 439 empresários e executivos de grandes empresas, revela que 20%
deles acreditam em melhora do ambiente econômico e 80% acham que não vai
melhorar; 2/3 apostam que em 2015 o crescimento não ultrapassa a 1% e outros
61% acreditam que vai haver recessão em 2015. E, então. Esse pessimismo
pressupõe um baixo investimento em Educação Profissional e Tecnológica.
A crise é de
confiança? Sim. As empresas acham que concluímos um ciclo de investimentos no
Brasil, portanto, também de formação de técnicos especializados. Os economistas
costumam considerar como o pior tipo de crise, a crise de confiança, porque
segundo eles, seus efeitos são catastróficos quase sempre culminando em
recessão.
O que fazer? Para a preservação do aumento da renda dos trabalhadores e a
inclusão dos estratos sociais no mercado de consumo no Brasil será preciso que
Dilma sinalize positivamente ao mercado, favorecendo a manutenção dos
investimentos ante a uma correção de rota da economia pelo seu governo. Como?
Atualmente li várias revistas especializadas em economia, além de exame, veja,
blogs, assistir também a jornais e noticiários sempre acompanhado e tendo em
mãos a minha caderneta de anotação para obter essas respostas:
a.
Conter os gastos públicos – nos últimos 4 anos
eles aumentaram em proporção aos 12 anos anteriores, ou seja, 1998 a 2010 – variação de 2,4%; 2010 a 2014 –
2,1% - Despesa primária da União em relação ao PIB. Para Felipe Salto
(Consultoria Tendências, 2014) a dívida das contas publicas é de R$ 550
bilhões, 10% do PIB;
b.
Conter a inflação – para manter a inflação no
teto o governo segurou os preços dos combustíveis (12%), energia (30%) e até
transportes públicos (9%);
c.
Incentivar os investimentos e a produtividade –
em 2010 ele se aproxima de 20% e continua a cair para 19,5%, 19,3%, 18,2%,
18,4% e 16,7% respectivamente em 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014 – está aquém das
necessidades do país, uma vez que ele, baixo, causa a estagnação da eficiência
do trabalho;
d.
Controlar as contas externas que se deterioram –
é a diferença entre exportações e importação que tem como produto o saldo da
balança comercial. Ela caiu e essa queda piora as contas externas. Em 2011 –
29,8; 2013 – 2,4; 2014 – 2 bilhões.
Ante a todos esses desafios eu ainda acredito que Dilma terá capacidade
de analisar e cultiva o que acertou em relação aos programas sociais e neles os
Programas de Formação Profissional e Tecnológicas e admitir os erros cometidos na
condução da economia e, sobretudo, mudar a forma de conduzir o Brasil. O
primeiro inimigo é vencer e romper o silencia e dialogizar a nova politica. Se
respaldar dos melhores e mais competentes intelectuais brasileiros para nos
ajudar a vencer essa crise que a priori é de pura “confiança.”
Raimundo Flor
Monteiro
Mestre em Educação
UFMA
Referencias:
EXAME –
edição 1077 – ano 48 – n. 21.
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