domingo, 16 de novembro de 2014

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NA PERSPECTIVA DO NOVO GOVERNO

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NA PERSPECTIVA DO NOVO GOVERNO.
Por Raimundo Flor Monteiro – Mestre em Educação.

A Educação Profissional e Tecnológica é um fenômeno que permeia o tecido social. Desse modo, o atual contexto social, político e econômico delineiam um quadro favorável ou desfavorável ao pleno exercício das políticas publicas de Educação Profissional e Tecnológica. Dentro desse quadro o que pode acontecer nos próximos anos uma vez que ante aos apupos de 51,4 milhões de brasileiro o governo se reelegeu com 54,5 milhões?
Quando vi a mídia heterodoxa, ante a vitória de Dilma, pintar um quadro catastrófico do País, fiquei indignado e refutei! São maus perdedores, iguais aqueles torcedores que com a derrota do seu time colocam a culpa no juiz. Todavia, quando levantei a cabeça, para além do mundo da Metodologia SENAI de Educação Profissional, a qual estou responsável por implantar nos CEPTs do SENAI-MA, ao estudar, vi que a situação real e concreta do Brasil não é nada estável. Enquanto cidadão me preocupa, pois a boa saúde econômica favorece a manutenção e até a intensificação das políticas de Educação Profissional e Tecnológica.
Estamos diante de um cenário real preocupante uma vez que os juros, a inflação, a dívida publica estão mais altos do que há 04 anos, os investimentos estão baixos e a economia cresce pouco. Menos investimentos das empresas industriais, tem como consequência menor geração de emprego, por sua vez menor necessidade de trabalhadores com formação profissional.
Para manter a performance de geração de emprego especula-se que o Tesouro Nacional vai emprestar mais de 20 bilhões de reais para o BNDES para financiar  empresas a juros mais baixos e até Graça Foster, na Petrobras, seja substituída por Jaques Wagner.
No afã da comemoração a presidente colidiu com bandeiras contrárias do parlamento brasileiro ao propor um plebiscito para viabilizar a reforma política. A forte personalidade da presidente lhe demanda mais habilidade em comunicar-se no trato com o Congresso Nacional, aprimorando seu traquejo político. Conforme Carlos Pereira da (FGV) é preciso que a presidente considere três variáveis necessárias a sua mobilidade política, como segue: a) o tamanho da base aliada; b) o grau de divergência ideológica dos partidos; c) a forma como os partidos se comportam no governo. Qualidade que não faltou a presidente ao negociar com o congresso a implantação do programa PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego que foi criado pelo Governo Federal, em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica.
As dificuldades do governo, analisa Pereira (FGV), é em função da representatividade do governo do PT, PMDB e PC do B e PDT (direita) e PP e PR (direita), os dois últimos representam a diversidade ideológica. O PT com 26% da base aliada que ocupou 45% das vagas no governo; o PMDB obteve 23% da base parlamentar e só 17% dos cargos do executivo. Consequências: em 72% das votações do congresso o PT votou a favor do governo e o MPDB em 55% - Dilma, desde FHC, é a presidente com menor apoio do Congresso Nacional. O grupo de apoio a Dilma criou mais obstáculos que consensos em torno das suas propostas.
Qual é o panorama de crise? A Revista Exame, junto a uma consultoria de gestão, com 439 empresários e executivos de grandes empresas, revela que 20% deles acreditam em melhora do ambiente econômico e 80% acham que não vai melhorar; 2/3 apostam que em 2015 o crescimento não ultrapassa a 1% e outros 61% acreditam que vai haver recessão em 2015. E, então. Esse pessimismo pressupõe um baixo investimento em Educação Profissional e Tecnológica.
A crise é de confiança? Sim. As empresas acham que concluímos um ciclo de investimentos no Brasil, portanto, também de formação de técnicos especializados. Os economistas costumam considerar como o pior tipo de crise, a crise de confiança, porque segundo eles, seus efeitos são catastróficos quase sempre culminando em recessão.
O que fazer? Para a preservação do aumento da renda dos trabalhadores e a inclusão dos estratos sociais no mercado de consumo no Brasil será preciso que Dilma sinalize positivamente ao mercado, favorecendo a manutenção dos investimentos ante a uma correção de rota da economia pelo seu governo. Como? Atualmente li várias revistas especializadas em economia, além de exame, veja, blogs, assistir também a jornais e noticiários sempre acompanhado e tendo em mãos a minha caderneta de anotação para obter essas respostas:
a.       Conter os gastos públicos – nos últimos 4 anos eles aumentaram em proporção aos 12 anos anteriores, ou seja,  1998 a 2010 – variação de 2,4%; 2010 a 2014 – 2,1% - Despesa primária da União em relação ao PIB. Para Felipe Salto (Consultoria Tendências, 2014) a dívida das contas publicas é de R$ 550 bilhões, 10% do PIB;
b.      Conter a inflação – para manter a inflação no teto o governo segurou os preços dos combustíveis (12%), energia (30%) e até transportes públicos (9%);
c.       Incentivar os investimentos e a produtividade – em 2010 ele se aproxima de 20% e continua a cair para 19,5%, 19,3%, 18,2%, 18,4% e 16,7% respectivamente em 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014 – está aquém das necessidades do país, uma vez que ele, baixo, causa a estagnação da eficiência do trabalho;
d.      Controlar as contas externas que se deterioram – é a diferença entre exportações e importação que tem como produto o saldo da balança comercial. Ela caiu e essa queda piora as contas externas. Em 2011 – 29,8; 2013 – 2,4; 2014 – 2 bilhões.
Ante a todos esses desafios eu ainda acredito que Dilma terá capacidade de analisar e cultiva o que acertou em relação aos programas sociais e neles os Programas de Formação Profissional e Tecnológicas e admitir os erros cometidos na condução da economia e, sobretudo, mudar a forma de conduzir o Brasil. O primeiro inimigo é vencer e romper o silencia e dialogizar a nova politica. Se respaldar dos melhores e mais competentes intelectuais brasileiros para nos ajudar a vencer essa crise que a priori é de pura “confiança.”

Raimundo Flor Monteiro
Mestre em Educação
UFMA

Referencias:
EXAME – edição 1077 – ano 48 – n. 21.




Nenhum comentário:

Postar um comentário