domingo, 21 de setembro de 2014

DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL

Dependência de álcool.
Atualizado em 02/01/2017
Por Raimundo Flor Monteiro


Hoje, pela manhã do dia 20/09/2014 fui a feira do Bairro de Fátima em São Luís do Maranhão. A foto é de um dependente em álcool, tirada nessa feira. Sabemos que as feiras, em função dos shoppings, estão em processo de decadência, mas ainda apresentam  um grande movimento de pessoas que fazem a aquisição de produtos de primeiras necessidades. Arroz, farinha, feijão, açúcar, óleo, enfim, os principais gêneros alimentícios, sem contar as carnes de boi, porco, bode etc, e os mais variados tipos de peixe.
Não obstante, no espaço da feira do Bairro de Fátima encontra-se de tudo, incluindo diversificados tipos de bebidas alcoólicas, especialmente as de baixo custo, a famigerada cachaça. Desse modo, os próprios feirantes e outros consumidores do gênero estão bem supridos do produto.  Dentre os vários consumidores de bebidas alcoólicas estão àquelas pessoas, geralmente de baixa renda que, devido ao consumo diário, tornam-se alcoólatras. Observei no espaço da feira vários dependentes, os ditos “alcoólatras”, que após as 9:00h do dia, já estavam bêbados, uns murmurando palavras sem nexo  e outros estendidos no chão a dormir. A degradação humana pelo consumo da cachaça dar-se por um conjunto de fatores psíquicos e emocionais que terminam em malefícios à saúde.
Em período de políticas, na feria do Bairro de Fátima, dar-se também a procura por trabalhadores. Desse modo presenciei cabos eleitorais orientando mulheres e homens, prestadores de serviço de entrega de panfletos de candidatos aos feirantes e demais pessoas. Naquele momento uma dúvida me subiu a cabeça. Será que algum candidato estaria preocupado com a DAS – Síndrome da Dependência do Álcool? Nesse período pré-eleitoral já ouvir vários candidatos se manifestarem com discursos de valoração de problemas de toda ordem. Nesse aspecto você não acha que deveriam inclui a questão da dependência química em álcool?
Conforme Gigliottia e Marco Antonio Bessab a Síndrome de Dependência do Álcool (SDA) é um grave problema de saúde pública. Embora seu quadro clínico seja bem estabelecido, muitas vezes SDA é considerada comum, passa despercebida mesmo em avaliações psiquiátricas. Um Estudo da estima que 11,7 milhões de brasileiros são dependentes de álcool.
Esse pequeno ensaio procura mostrar uma das “diversas formas de uso do álcool o "beber na feira", que implica em distintos níveis de risco e de gravidade no consumo que evolue como um "continuum”.
O álcool é uma substância que acompanha a humanidade desde seus primórdios. No entanto, à medida que as sociedades foram passando por transformações econômicas e sociais, principalmente com a revolução industrial – que provocou as grandes concentrações urbanas, multiplicou a produção e a disponibilidade das bebidas e reduziu de modo drástico os seus preços.
O conceito de alcoolismo surgiu no século XVIII, logo após a crescente produção e comercialização do álcool destilado, consequente à revolução industrial. É um fenômeno que depende da interação de fatores biológicos e culturais – que determinam como o indivíduo vai se relacionando com a substância, em um processo de aprendizado individual e social do modo a consumir bebidas.  Um aprendizado da maneira de usar o álcool é através de grupos, quando a pessoa passa a ingerir a bebida por diversão e depois, após adquirir o hábito pelo aumento da frequência do consumo e passa a beber para aliviar sintomas de angústia e depressão, momento em que a forte associação que sustenta vício faz a manutenção da dependência.
Os candidatos aos eletivos cargos públicos nem suspeitam, mas 11,7 milhões de brasileiros, que são dependentes de álcool, precisam urgentemente de um programa de base nacional de âmbito federal, estadual e municipal, para pelo menos amenizar o sofrimento das pessoas que sofrem da doença.
Infelizmente, aos olhos dos leigos, a dependência de álcool é vista como sinônimo de vadiagem e irresponsabilidade. No entanto é uma doença que pelo número de 11,7 milhões de brasileiros dependentes de álcool, a muito tempo, já se consuma como um caso epidêmico de saúde pública. Indubitavelmente, a inoperância das instâncias públicas do Estado, denotam um descaso que tem como consequência um altíssimo custo para nação, através de nós os contribuintes, e se consuma como uma brutal violência aos mais frágeis, os viciados, que não atendidos estão entregues ao infortúnio da vida.
As experiências com álcool são frustantes e deprimentes para qualquer pessoa. Geralmente ocorrem ante da obtenção do primeiro emprego que geralmente dar-se aos 18 anos. Muitos aprendem a beber com colegas de trabalho. É por incentivo de grupos de influência de amigos que muitos passam a beber regularmente nos fins de semana. Porém, esse frequência vai diminuindo até tornar-se altamente prejudicial a sua saúde, família e a sua empresa. É desse modo que trabalhadores perdem seus preciosos empregos. Para outros, principalmente jovens, o inicio do consumo do álcool dar-se para criar coragem para se declarar a uma pessoa e, em muitos casos, uma desilusão amorosa.
Há contudo, várias formas de vencer vencer o álcool, o mais importante é assumir que a dependência de álcool é uma doença e pode ser tratada. O dependente precisa admitir que precisa de ajuda, pois sozinho é muito mais difícil. Ao assumir a doença admite o tratamento para recuperar a alto estima. Libertar o ID, o ego e o superego para recusar o álcool rumo a salubridade. É possível ter prazer sem beber. É possível se declarar a alguém que você amar sem beber álcool, com o fito de criar coragem de se declarar a garota dos seus sonhos. É possível levantar de uma grande queda, bater a poeira e seguir em frente. É possível ser forte sem está bêbedo, É possível realizar tudo de bom estando sóbrio. Nós podemos vencer os amigos fúteis e o álcool, você também pode.
Raimundo Flor Monteiro
Mestre em Educação

SENAI-MA



Um comentário:

  1. Ainda não vi nenhum candidato, em nenhuma das instâncias política, mostrar preocupação com o alcoolismo. Isso mostra que os candidatos estão completamente alienados em relação ao problema da dependência de álcool. Quem banaliza um problema social grave é sim um alienado. São os mais pobres e desprotegidos e que mais sofrem.

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