sexta-feira, 31 de julho de 2015

NA CRISE SE PERDE A CONFIANÇA?

NA CRISE TRAÍMOS A CONFIANÇA?
Por Raimundo Flor Monteiro.
Escrita em 27/02/2015.
Sociologia Política.

As ações políticas no âmbito do Estado Brasileiro apresentam fatos e fenômenos bem delineados na microestrutura. Como este: Sendo o ex ministro e economista Guido Mantega um correligionário do PT, por isso mesmo seguidor de uma corrente de pensamento mais voltada para a escola de pensamento socialista, se não, keinesianista, detentor de uma visão mais humanista. Foi ministro da fazenda de parte no governo Lula e no 1º mandato da presidente Dilma. Enfrentou a marolinha, no dizer de Lula, em 2008 a 2012 de modo eficiente. Tomava medidas que permitissem a manutenção do consumo de bens considerados básico pela redução das alíquotas de IPI, em especial, dos eletrodomésticos da linha branca que voltava a ser onerada, a medida que a economia voltasse as condições de CNPs  tributária a:
A partir de hoje o IPI de geladeiras cai de 15% para 5%, de fogões, de 5% para 0%, o de máquinas de lavar, de 20% 0ara 10%, e o de tanquinho de 10% para 0% (http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,mantega. Confirma-reducao-de-ipi-da-linha-branca,356498). A alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre fogão subirá de 2 % para 3 % entre julho e setembro, ante alíquota original de 4 %. Para o tanquinho, a alíquota passará de 3,5 % para 4,5 % (a alíquota original é 10 %). O IPI para refrigeradores e geladeiras passou de 7,5 % para 8,5 %. A alíquota de 10 % para lavadoras ficará no atual patamar de 10 % por tempo indeterminado. (ver. Exame).
Deposto pela presidente Dilma em plena campanha eleitoral, Guido Mantega foi substituído pelo então ministro Joaquim Levi. Em 27/02/2015 Joaquim Levy ministro da fazenda critica o ex- ministro Mantega, sobre a desoneração dos produtos com repercussão nas empresas industriais brasileiras de 2011 até o presente. Ele atribuiu o agravamento do déficit público a queda de receita de IPI e argumenta que a manutenção nem mesmo beneficiou as empresas contempladas com a isenção.  Leví mostra que foi o fraco desempenho de Mantega, especialmente, porque ele não controlou os gastos públicos.
Mas quem é Levy?
Conforme wikipédia Joaquim Vieira Ferreira Levy (rio de janeiro, 17 de fevereiro de 1961) é um engenheiro e economista brasileiro, atual ministro da fazenda do brasil.no período de 1999 a 2000 exerceu, como economista visitante no banco central europeu, atividades nas divisões de mercado de capitais e de estratégia monetária no governo Fernando Henrique Cardoso, no ano de 2000, foi nomeado secretário-adjunto de política econômica do ministério da fazenda, e, em 2001, economista-chefe do ministério do planejamento, orçamento e gestão.4 em janeiro de 2003, foi designado secretário do tesouro nacional, onde ficou até 2006. No ano seguinte, foi secretário de estado da fazenda do Rio de Janeiro no primeiro mandato de Sérgio Cabral Filho, onde ficou até 2010. De junho deste mesmo ano a 2014 trabalhou na divisão de gestão de ativos do banco bradesco (bradesco asset management), ocupando o cargo de diretor-superintendente quando foi nomeado para ser o ministro da fazenda no segundo mandato do governo Dilma Rousseff.
Entendemos que Levy é um burocrata defensor das correntes econômicas neoliberais e que pelo seu histórico muito contribuiu para a implantação do modelo político neoliberal no período do governo de Fernando Henrique Cardoso  que governou o Brasil durante oito anos, de 1995 a 2002 no que tange a:
Privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. O governo Fernando Henrique realizou as maiores privatizações da história do Brasil. Foram privatizadas rodovias federais, bancos estaduais, empresas de telefonia e de energia. O processo de privatizações havia sido iniciado pelo presidente Fernando Collor no começo da década de 1990. Calcula-se que durante seus dois mandatos as privatizações levaram aos cofres públicos cerca de US$ 78,6 bilhões. O programa de privatizações tinha como objetivo resolver o problema do crescente endividamento do Estado. Entretanto, a venda das empresas não conseguiu conter o crescimento da dívida pública, mas beneficiou a população com a universalização de serviços básicos como energia e telecomunicações. O processo de privatizações teve oposição de partidos políticos e movimentos sociais, que apontavam irregularidades. As privatizações das empresas Vale do Rio Doce e Telebrás geraram muitas críticas e polêmicas, que denunciavam propinas durante os leilões, vícios no edital de venda, subvalorização e favorecimentos. Existem até os dias atuais diversos processos judiciais abertos questionando a validade destas privatizações. (Wikepédia).

Após tanta luta Mantega, a meu ver foi desprestigiado por sua correligionária de partido mandatária maior que, a meu ver desrespeitou a sua história de luta e de civilidade aos brasileiros. Levy, que dizem especialista em contenção de despesas, viu-se como protagonista de uma situação que em vigência denuncia uma condução errônea de Mantega e sua equipe. Entendo que Mantega em meio ao seu dilema de dá fluidez ao consumo não pressionou a presidenta para reduzir as despesas públicas. Inclusive, cortando gastos desnecessários e supérfluos dos nossos 33 ministérios, alguns inoperantes nas mãos de leigos estranhos ao bem estar público.
O caso de Mantega me faz associar a um que conheço, quando gerente de educação em certa organização de trabalho, sem equipe, e tendo que planejar, executar e avaliar os processo de educação no âmbito de 09 escolas o sujeito se superava todos os dias trabalhando cerca de 10 ou 12 horas para manter a máquina nos trilhos. Todavia, ante a saída do seu diretor regional, que lhe dava todo apoio possível, inclusive ante aos ataques daquele que vinham por trás a tecer-lhe criticas, recebia dele, do chefe um suave “já foi falar com Sr X?” se não fale, ele é meu gestor de confiança. Com a saída do chefe perdeu-se a autonomia e o comando para as aves de rapina, aqueles predadores que acham mais fácil dormir, preguiçar e acordar com o patrimônio que os outros construíram nas mãos. Pobres diabos de ideais contrários ao humanismo são mantidos vivos pela ideologia cultural cooptativa organizacional enraizada no âmago das nossas organizações.
Levy é uma dessas rapinas? Tem ideias contrárias, mas não resiste aos holofotes e o poder. Muito competente para aqueles defensores de um modelo de governo neoliberal continuísta? A meu ver seria o homem correto se Aécio Neves tivesse sido eleito. Desse fato acrescentamos a metáfora de Francisco de Oliveira. Há na trajetória do ornitorrinco sempre algum contrário para derrubá-lo porque sabe que seus pés são de pato.
Os pés que não correm e as asas que não voam estão no conhecimento que todos nós sabemos. Se não vejamos: Para Netto (2012) a economia capitalista caminha em círculos de crescimento e nunca em desenvolvimento, ladeados por momentos de progresso, perseguido ferozmente por momento de crise. E não é Mantega que determina isso, o fenômeno está no metabolismo presente nos interstícios do capital (István Mézáros: 2012). Na crise, gerada por um acúmulo de capital, no período de crescimento econômico, nos bolsos dos burgueses donos da produção, faz com que haja uma ressaca causada pelo excesso de consumo.

Daí a crise. O que fazer? Ora, paramos no determinismo paralisante de Marx (1998), apesar dos capitalistas terem morto Marx, ele continua vivo ao afirmar e situa a causa das desigualdades sociais no sistema capitalista mundial e abdica do indivíduo e dos pequenos grupos como objeto de análise, mesmo reconhecendo a força dos membros de uma classe social. O sistema capitalista trás em si o germe da destruição, resta ao homem e a consciência esperar que isso aconteça. (Haguette: 2013). O homem sem lugar na história é o oposto do que aceitarmos (no capital), uma sociedade formada por estruturas e microestruturas dando ao indivíduo a condição de protagonista da história nos bairros, sindicatos, instituições etc. a crise é uma crise da própria ciência que também está presenta na economia.


Bibliografias:
Mézáros. István. A Educação para além do Capital. Boitempo, 2005.
Haguette Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na sociologia - 14ª edição – Petrópolis RJ: Vozes, 2013
Oliveira. Francisco. O ornitorrinco (Boitempo).
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