NA
CRISE TRAÍMOS A CONFIANÇA?
Por Raimundo Flor Monteiro.
Escrita em 27/02/2015.
Sociologia Política.

A partir
de hoje o IPI de geladeiras cai de 15% para 5%, de fogões, de 5% para 0%, o de
máquinas de lavar, de 20% 0ara 10%, e o de tanquinho de 10% para 0% (http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,mantega.
Confirma-reducao-de-ipi-da-linha-branca,356498). A alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) incidente sobre fogão subirá de 2 % para 3 % entre julho e setembro, ante
alíquota original de 4 %. Para o tanquinho, a alíquota passará de 3,5 % para
4,5 % (a alíquota original é 10 %). O IPI para refrigeradores e geladeiras
passou de 7,5 % para 8,5 %. A alíquota de 10 % para lavadoras ficará no atual
patamar de 10 % por tempo indeterminado. (ver. Exame).
Deposto
pela presidente Dilma em plena campanha eleitoral, Guido Mantega foi substituído
pelo então ministro Joaquim Levi. Em 27/02/2015 Joaquim Levy ministro da
fazenda critica o ex- ministro Mantega, sobre a desoneração dos produtos com repercussão
nas empresas industriais brasileiras de 2011 até o presente. Ele atribuiu o
agravamento do déficit público a queda de receita de IPI e argumenta que a
manutenção nem mesmo beneficiou as empresas contempladas com a isenção. Leví mostra que foi o fraco desempenho de Mantega,
especialmente, porque ele não controlou os gastos públicos.
Mas
quem é Levy?
Conforme wikipédia Joaquim Vieira Ferreira Levy (rio
de janeiro, 17 de fevereiro de 1961) é um engenheiro e economista brasileiro, atual ministro
da fazenda do brasil.no período de 1999 a 2000
exerceu, como economista visitante no banco central europeu, atividades nas
divisões de mercado de capitais e de estratégia monetária no governo Fernando Henrique Cardoso,
no ano de 2000, foi nomeado secretário-adjunto de política econômica do
ministério da fazenda, e, em 2001, economista-chefe do ministério do planejamento, orçamento
e gestão.4
em janeiro de 2003, foi designado secretário do tesouro nacional, onde
ficou até 2006. No ano seguinte, foi secretário de estado da fazenda do Rio de
Janeiro no primeiro mandato de Sérgio Cabral Filho, onde ficou até 2010. De
junho deste mesmo ano a 2014 trabalhou na divisão de gestão de ativos do banco
bradesco (bradesco asset management), ocupando o
cargo de diretor-superintendente quando foi nomeado para ser o ministro da
fazenda no segundo mandato do governo Dilma Rousseff.
Entendemos
que Levy é um burocrata defensor das correntes econômicas neoliberais e que
pelo seu histórico muito contribuiu para a implantação do modelo político
neoliberal no período do governo de Fernando
Henrique Cardoso
que governou o Brasil durante
oito anos, de 1995 a 2002 no que tange a:
Privatizações
do governo Fernando Henrique Cardoso. O
governo Fernando Henrique realizou as maiores privatizações da história do Brasil. Foram
privatizadas rodovias federais, bancos estaduais, empresas de
telefonia e de energia. O processo de privatizações havia sido iniciado
pelo presidente Fernando Collor no começo da década de
1990. Calcula-se que durante seus dois mandatos as privatizações levaram
aos cofres públicos cerca de US$ 78,6 bilhões. O programa de privatizações
tinha como objetivo resolver o problema do crescente endividamento do Estado. Entretanto,
a venda das empresas não conseguiu conter o crescimento da dívida pública, mas beneficiou a população
com a universalização de serviços básicos como energia e telecomunicações. O
processo de privatizações teve oposição de partidos políticos e movimentos
sociais, que apontavam irregularidades. As privatizações das empresas Vale do Rio
Doce e Telebrás geraram muitas críticas e polêmicas, que
denunciavam propinas durante os
leilões, vícios no edital de venda, subvalorização e favorecimentos. Existem
até os dias atuais diversos processos judiciais abertos questionando a validade
destas privatizações. (Wikepédia).
Após
tanta luta Mantega, a meu ver foi desprestigiado por sua correligionária de
partido mandatária maior que, a meu ver desrespeitou a sua história de luta e
de civilidade aos brasileiros. Levy, que dizem especialista em contenção de
despesas, viu-se como protagonista de uma situação que em vigência denuncia uma
condução errônea de Mantega e sua equipe. Entendo que Mantega em meio ao seu
dilema de dá fluidez ao consumo não pressionou a presidenta para reduzir as
despesas públicas. Inclusive, cortando gastos desnecessários e supérfluos dos
nossos 33 ministérios, alguns inoperantes nas mãos de leigos estranhos ao bem
estar público.
O
caso de Mantega me faz associar a um que conheço, quando gerente de educação em
certa organização de trabalho, sem equipe, e tendo que planejar, executar e
avaliar os processo de educação no âmbito de 09 escolas o sujeito se superava
todos os dias trabalhando cerca de 10 ou 12 horas para manter a máquina nos
trilhos. Todavia, ante a saída do seu diretor regional, que lhe dava todo apoio
possível, inclusive ante aos ataques daquele que vinham por trás a tecer-lhe
criticas, recebia dele, do chefe um suave “já foi falar com Sr X?” se não fale,
ele é meu gestor de confiança. Com a saída do chefe perdeu-se a autonomia e o comando
para as aves de rapina, aqueles predadores que acham mais fácil dormir,
preguiçar e acordar com o patrimônio que os outros construíram nas mãos. Pobres
diabos de ideais contrários ao humanismo são mantidos vivos pela ideologia
cultural cooptativa organizacional enraizada no âmago das nossas organizações.
Levy
é uma dessas rapinas? Tem ideias contrárias, mas não resiste aos holofotes e o poder.
Muito competente para aqueles defensores de um modelo de governo neoliberal continuísta?
A meu ver seria o homem correto se Aécio Neves tivesse sido eleito. Desse fato acrescentamos
a metáfora de Francisco de Oliveira. Há na trajetória do ornitorrinco sempre
algum contrário para derrubá-lo porque sabe que seus pés são de pato.
Os
pés que não correm e as asas que não voam estão no conhecimento que todos nós sabemos.
Se não vejamos: Para Netto (2012) a economia capitalista caminha em círculos de
crescimento e nunca em desenvolvimento, ladeados por momentos de progresso, perseguido
ferozmente por momento de crise. E não é Mantega que determina isso, o fenômeno
está no metabolismo presente nos interstícios do capital (István Mézáros: 2012).
Na crise, gerada por um acúmulo de capital, no período de crescimento econômico,
nos bolsos dos burgueses donos da produção, faz com que haja uma ressaca
causada pelo excesso de consumo.
Daí
a crise. O que fazer? Ora, paramos no determinismo paralisante de Marx (1998),
apesar dos capitalistas terem morto Marx, ele continua vivo ao afirmar e situa
a causa das desigualdades sociais no sistema capitalista mundial e abdica do
indivíduo e dos pequenos grupos como objeto de análise, mesmo reconhecendo a
força dos membros de uma classe social. O sistema capitalista trás em si o
germe da destruição, resta ao homem e a consciência esperar que isso aconteça. (Haguette:
2013). O homem sem lugar na história é o oposto do que aceitarmos (no capital),
uma sociedade formada por estruturas e microestruturas dando ao indivíduo a
condição de protagonista da história nos bairros, sindicatos, instituições etc.
a crise é uma crise da própria ciência que também está presenta na economia.
Bibliografias:
Mézáros.
István. A Educação para além do Capital. Boitempo, 2005.
Haguette
Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na sociologia - 14ª edição –
Petrópolis RJ: Vozes, 2013
Oliveira. Francisco. O ornitorrinco (Boitempo).
Wikipédia, a
enciclopédia livre
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