A FORMAÇÃO DOS AEPAMs, AGENTES DE
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE AÇÕES MÓVEIS PARA O PAM/EP – 2000 - PROGRAMA DE AÇÕES
MÓVEIS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL.
RESUMO
Apresentamos neste artigo o programa de capacitação
dos AEPAMs - Agentes de Educação Profissional de Ações Móveis, para
operacionalizar o PAM/EP - 2000, Programa de Ações Móveis de Educação Profissional
– 2000. Após breve introdução e objetivos abordamos as competências essências
do profissional. O enfoque teórico aborda o universo e abrangências dos
conhecimentos teóricos necessários a transformação de uma dada realidade
inalcançável ao braço do poder público. Nesse aspecto, o EAPAM, diante de uma
realidade que precisa ser alterada, precisa utilizar estratégias de educação
permanente. Para tanto deve contar com recursos e apoio de base do SENAI de
caráter Regional e Nacional
INTRODUÇÃO
A primeira década do novo milênio foi caracterizada por múltiplas transformações de caráter
social, tecnológico, econômico e educacional. Foi nessa ambiente, inicio do ano
2000, que o SENAI/DN propôs um programa “voltado para melhorar o atendimento,
em educação profissional, às comunidades às micro e pequenas empresas que
operavam em locais afastados dos grandes centros”. Esse conjunto de ações foi
batizado de Projeto “PAM-EP” – PROGRAMA DE AÇÕES MÓVEIS/ EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, centrado na
figura do Agente de Educação Profissional/ AÇÕES MÓVEIS – AEPAM. O AEPAM, depois do formando, caracterizava-se como principal sujeito do processo, uma vez que “era ele quem
atuava na linha de frente do processo de transformação das localidades em que
viviam as populações menos favorecidas”.
Todavia, esse sujeito histórico, para
realizar tal proeza, ou seja, transformar economicamente e socialmente uma comunidade pobre
teria que está bem preparado para enfrentar, com coragem e determinação, os desafios que ora se apresentavam. Assim, conforme argumenta o emérito professor
maranhense José Manuel de Aguiar Martins – Diretor Geral do SENAI-DN, na época:
Uma das metas previstas pelo projeto é a de contar
com AEPAMs capacitados para exercício das “atividades de formação, prestação de
serviços e assessoramento técnico/tecnológico às micro e pequenas empresas
junto às comunidades. (Martins, p. 04, 2000)
Para alcançar a meta de capacitar os
AEPAMs de todos os Departamentos Regionais do SENAI, o SENAI-DN elaborou um
documento denominado “CAPACITANDO AGENTES DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL/AÇÕES MÓVEIS”.
Com base nessa publicação os “agentes de educação profissional/Ações Móveis – identificaram
suas FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS” necessárias a sua integração ao que estava
previsto, ou seja, um processo diferenciado, personalizado de Educação
Profissional, que iria possibilitar a participação dos AEPAMs em programas de
aperfeiçoamento contínuo e permanente exigidos pelo trabalho em localidades
remotas de difícil acesso.
Portanto o programa destinava-se a
todo o pessoal envolvido no “PAM/EP-2000” nos diferentes Departamentos
Regionais do SENAI.
É importante ressaltar o que
expressava os objetivos do “PAM/EP-2000” para percebermos a amplitude do
desafio que o SENAI assumia naquela oportunidade, conforme o referencial Projeto
PAM/EP – 2000 - Projeto Programa de Ações Móveis / Educação profissional Brasília, 2000
- OS OBJETIVOS E PRODUTOS
OBJETIVO GERAL:
Orientar a implantação das ações
necessárias para alcançar o nível de competência desejado do AEPAM.
1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Repassar para o AEPAM informações
úteis ao desempenho de seu papel, para facilitar o seu trabalho junto a sua
clientela.
Servir de referência à implementação
de um sistema continuado de educação contínua e permanente com dominância de
técnicas de ensino a distancia.
PRODUTO:
Instrumento referencial a ser
distribuído ao pessoal comprometido com o “PAM/EP-2000”.
NÍVEL DE COMPETÊNCIA DESEJADO PARA O
AEPAM
Para o AEPAM desempenhar-se a contento
de sua missão junto às comunidades, definiram-se suas funções básicas, a partir
das quais se derivaram os conhecimentos, conteúdos e trações pessoais
requeridos, que constitui os elementos básicos para a capacitação, visando
atingir o nível de competência desejado.
Em anexo, as matrizes que sintetizam,
de forma gráfica, os atributos desejados para o AEPAM, os quais são referencia
contínua ao entendimento do papel desse agente.
- ENFOQUE TEÓRICO
Apoiado em uma perspectiva de
educação permanente, o enfoque teórico foi concebido para fundamentar a
desenvolvimento dos AEPAMs.
A educação permanente pressupõe a
autoavaliação e o autodesenvolvimento e valoriza a educação personalizada. Isto
implica realizar atividades didáticas diversificadas que contribuam para a
educação contínua da clientela em etapas progressivas.
A concepção deste enfoque teórico
para o projeto foi inspirada em três constatações básicas:
O
tempo rigidamente estabelecido para a capacitação de pessoal por meio de cursos
formalmente estruturados;
Pouca
disponibilidade de tempo para o EAPAM frequentar tais cursos;
A
necessidade de constante atualização das informações, devido as mutações
aceleradas da Ciência e da Tecnologia;
E nesse sentido que a educação
permanente se insere na capacitação do AEPAM, cuja responsabilidade maior é a
de provocar mudanças e influir sobre estas, valorizando cada vez mais o empenho
pessoal para esse fim, no contexto do ensino para competências.
3.
ESTRATÉGIAS
DE CAPACITAÇÃO PERMANENTE
A expressão estratégias educacionais
significa a integração de três componentes:
1.Procedimentos
pedagógicos;
2.Eventos;
3. meios didáticos de apoio;
4.1. Procedimentos pedagógicos;
Conceberam-se duas linhas básicas de
atividades para a capacitação dos AEPAMs.
4.1.1 Atividades de
Autodesenvolvimento
São aquelas que supõem o estudo dos
conteúdos apresentados nas matrizes analíticas e sintéticas (ver documento
“Agente de educação profissional /Ações móveis – Funções e competências),
estruturados em uma concepção modular, permitindo, assim, entradas e saídas
múltiplas no sistema. Para isso, o AEPAM será apoiado por vários meios
didáticos de apoio, inclusive eletrônicos, que sustentam o processo de educação
a distância.
4.1.2 Atividades de
heterodesenvolvimento
Consiste no aproveitamento de
atividades como cursos, seminários, encontros, reunião de grupos de trabalho
que versem sobre os temas estudados no autodesenvolvimento ou, ainda, sobre
outros não abordados por essa estratégia.
A realização dessas atividades deverá
levar em conta os seguintes aspectos:
Aplicação
e reforço da aprendizagem adquirida na fase de autodesenvolvimento;
Complementação
de conhecimentos anteriores e apropriação de novos conhecimentos a partir das
atividades anteriormente citadas;
Reflexão
sobre as atividades típicas dos AEPAMs, buscando novas formas de atuação de
outros conhecimentos.
4.2. Eventos
Constitue o principal componente
estratégico para levar a cabo a participação contínua e permanente dos AEPAMs.
São atividades presenciais as mais variadas, do tipo painéis, encontros,
seminários, reuniões, que visam a consolidar, avaliar e enriquecer os
conhecimentos adquiridos no autodesenvolvimento.
Durante
o processo de capacitação devem ser abertos espaços para a conquista de
aprendizagens de outras índoles, à base da experiência e criatividade de cada
um, constituindo um conteúdo derivado, que extrapola o conteúdo – núcleo.
Os eventos devem ser realizados com
ênfase no uso da dinâmica de grupos, que desperta maior interesse da clientela
para o processo de educação contínua e permanente, além de permitir o
desenvolvimento de qualidades atitudinais indispensáveis ao desempenho dos AEPAMs.
4.3 Meios didático de apoio
São veículos de comunicação didática
que facilitam o processo educativo, isto é, o trabalho do docente do AEPAM.
Conforme
previsto no PAM/EP-2000, um desses veículos é o CD-rom, do qual o agente poderá
extrair os elementos técnicos e tecnológicos necessários à seleção e elaboração
dos meios didáticos para o desenvolvimento das atividades formativas,
considerando as características da clientela, as condições ambientais, os
conteúdos programáticos, o métodos escolhido e os objetivos a serem atingidos.
Os
meios didáticos de apoio podem ser classificados nas seguintes categorias:
- Materiais escritos – publicações
- Manuais
- Fascículos modulados
- Folhas soltas
Auxílios ídeovisuais e audiovisuais
- Películas
- Slides
- Transparências;
- Flip-chart;
- Videoteipes;
- Fitas cassete.
Conjuntos didáticos
- Kit’s didáticos
- Símiles (simuladores, conjunto
em “corte”)
Softwares educativos
- Computadores
- Disquete
- CD-Rom
Para operacionalizar o processo de
desenvolvimento do AEPAM, é imprescindível a criação, implementação e
manutenção de um grupo de Gestores para o Apoio Tecnológico e Pedagógico ao
AEPAM, em cada Estado, com o objetivo de lhe dar sustentação à capacitação
contínua e permanente, ajudando-o no seu auto desenvolvimento.
Os gestores tem uma função de
orientação e ajuda ao AEPAM, inserida nas demais atividades das instituições,
não se limitando apenas ao apoio pedagógico, mas também ao apoio no domínio
técnico e tecnológico, na prestação de serviços e no trabalho com a comunidade.
- ESTRUTURA DE APOIO
Para que a capacitação permanente dos
AEPAMs se verifique, é necessário que sejam previstos recursos financeiros,
materiais e humanos.
O arranjo de tais recursos constitui
a estrutura de apoio necessária à operacionalização das atividades previstas. A
estrutura pode ser assim desenhada:
Coordenador
do PAM/EP – 2000, responsável geral pelas atividades gerais do projeto;
Instituições Estaduais envolvidas –
responsáveis pela coordenação e apoio ao processo de desenvolvimento contínuo e
permanente dos AEPAMs;
Grupo de apoio técnico e pedagógico
ao AEPAM, criados nos estados;
AEPAM responsável pela identificação
de suas necessidades de desenvolvimento e pela busca de meios e condições que
facilitem seu processo de auto e heterodesenvolvimento;
Grupo de apoio nacional –
corresponsável pela sustentação técnica e pedagógica da capacitação permanente
dos AEPAMs e apoio aos estados na operacionalização do PAM/EM – 2000.
5. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
Para que a capacitação do AEPAM se
desenvolva a contento, é de suma importância acompanhar e avaliar, em forma
contínua e permanente, as atividades planejadas, de conformidade com os
objetivos perseguidos pelo PAM/EP – 2000.
O acompanhamento dessas atividades
deve ser feito diretamente por meio de observação com o propósito e
constatações presenciais do desempenho do AEPAM e/ou efeito indiretamente
mediante aplicação de instrumentos apropriados.
A responsabilidade desse trabalho
cabe a coordenação do “PAM/EP – 2000”,
que contará com a participação do grupo de gestores, com a infraestrutura do DR a com o assessoramento do grupo de
apoio do DN.
A avaliação deverá se realizar
durante todo o processo considerando os objetivos definidos pelo PAM/EP – 2000
e as condições reais encontradas pelo AEPAM, nas localidades, durante o seu
desempenho.
Dentro do enfoque deste projeto
descarta-se a avaliação tradicional, escolarizada e formal.
Parte-se do princípio de que o AEPAM,
enquanto profissional, deve ser o primeiro interessado em avaliar e também ser
avaliado constantemente para poder enriquecer seu universo de conhecimentos.
É por essa razão que se prever, a
além da autoavaliação, a avaliação em atividade de heterodesenvolvimento, bem
como a avaliação, por terceiros, do seu desempenho profissional.
Configura-se assim, a avaliação permanente
das atividades, concebidas no contexto da educação permanente, em que se abrem
espaços para o AEPAM ser avaliado continuamente:
- Por ele mesmo;
- Pela coordenação local do
PAM/EP-2000;
- Pelo grupo de gestores.
A
avaliação deverá incidir sobre a evolução do participante, sobre o processo
didático e sobre as estratégias utilizadas que preveem as atividades de auto e
heterodesenvolvimento.
Referencias:
SENAI-DN. Capacitando agente de
educação profissional/Ações Móveis; Projeto PAM/EP – 2000. Projeto Programa de
Ações Móveis / Educação profissional
Brasília, 2000
ANEXO 1 - MATRIZ SINTÉTICA 1
CONHECIMENTO
|
1. Exercer atividades educacionais voltadas para o
trabalho
|
2. Elaborar ou participar da elaboração dos meios
didáticos de apoio
|
3. Negociar com representantes das comunidades as
condições requeridas para cumprir sua missão.
|
4. Proceder aos ajustes necessários nos conteúdos
programáticos em função das demandas e expetativas locais.
|
5. Ajudar as pessoas das comunidades a montarem
suas próprias oficinas de trabalho autônoma, em forma individual cooperativa
|
6. Prestar assessoramento técnico no seu domínio
específico de competência às micro e pequenas empresas.
|
7. Utilizar instrumentos de avaliação de programas,
inclusive de impacto.
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Educação
profissional
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CNI/SENAI
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Identificação
da clientela
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Métodos
educacionais
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Avaliação
do ensino
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Montagem
de oficinas didáticas
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Planejar
ações de capacitação
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Prática
ações/capacitação
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Meios
didático de apoio
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Informática
para usuário
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Identificação
da real reg. e local
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Dinâmica
de grupo
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Identificação
das necessidades da clientela
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Tecnologia
da ocupação
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Prática
de oficina
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Administração
do trabalho autônomo
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Manutenção
de equipamento
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Técnicas
de elaboração de relatório
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Avaliação
de programas
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Traços
pessoais
|
Autocontrole;
capacidade crítica; capacidade de negociar; capacidade de trabalho em equipe;
criatividade; ética profissional; iniciativa; organização; zelo; percepção;
pro-açao; respeito; responsabilidade; senso de economia ; sociabilidade.
|
Equipe técnica: alcides de Alcântara/
Antônio Pedro de Souza Campos/Ezequiel Pinto Monteiro Filho/ Ney Medeiros
Raimundo Flor Monteiro
Mestre em E
ducação
SENAI-MA